quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cientistas identificam proteína que torna a ricina letal

30/11/11

Viena, 30 nov (EFE).- Um grupo de pesquisadores austríacos conseguiu identificar a proteína que torna letal a ricina, uma toxina utilizada como arma biológica, informou o Instituto de Biotecnologia Molecular da Áustria (IMBA).

Até agora não existe antídoto contra esta toxina, mas a identificação da proteína Gpr107 nas células das vítimas, imprescindível para que esta toxina tenha efeito mortal, é um grande passo para desenvolvê-lo, explicou em comunicado o IMBA.

Ulrich Elling, pesquisador cujos experimentos descobriram essa proteína, considera que não levará muito tempo para criar um antídoto.

O cientista utilizou uma nova tecnologia que permite manter em um curto espaço de tempo mutações no genoma de mamíferos e acredita que será revolucionária no mundo da biotecnologia. Dessa maneira, Elling pôde reproduzir milhões de mutações genéticas em células-tronco de roedores e descobrir a proteína.

Além disso, os pesquisadores lembram que, a partir desta toxina que pode ser obtida das sementes da mamona, alguns grupos terroristas, como a Al Qaeda, tinham mostrado interesse em utilizá-la como arma para atacar shoppings e transportes públicos.

Segundo os especialistas, um grama de ricina pode matar 36 mil pessoas, e é considerada 500 vezes mais potente que o veneno da cobra e 1,5 mil vezes mais letal que o cianureto.

Um dos casos mais conhecidos de envenenamento com ricina foi o assassinato, em 1978, do dissidente búlgaro Georgi Markov, de 49 anos, na ponte de Waterloo de Londres. Markov morreu três dias depois de ter sido atigindo pela ponta envenenada do guarda-chuva de um desconhecido em um ponto de ônibus. EFE

http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-identificam-proteina-que-torna-a-ricina-letal

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hormônios fazem mulher que trabalha à noite ganhar peso

21/11/11

Estudo revela que a grelina e a xenina atuam de maneira desregulada no hipotálamo Um estudo da linha de pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) que avalia hormônios que regulam o apetite, coordenada pelo endocrinologista Bruno Geloneze, apontou responsabilidade da grelina e da xenina, hormônios recém-descobertos, para o ganho de peso das trabalhadoras do turno da noite, indo contra o senso comum de que engordam porque trabalham muito ou por conta do estresse. Esses hormônios atuam de forma desregulada no hipotálamo (parte do cérebro que modula a fome e a saciedade) alterando o padrão de apetite dessas pessoas, que passam a consumir alimentos mais vezes e menos saudáveis. As consequências, além do ganho de peso, é que essas mulheres poderão ficar inclusive mais predispostas a desenvolver a indesejada síndrome metabólica, que promove em seus portadores problemas como hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes e obesidade. A fisioterapeuta Daniela Schiavo, autora da pesquisa, comparou mecanismos de fome e saciedade de 12 mulheres que trabalham no turno normal do setor de limpeza do Hospital de Clínicas da Unicamp e 12 mulheres que atuam no turno da noite. Segundo ela, vários trabalhos na literatura indicam que as trabalhadoras do turno da noite têm maior ganho de peso que mulheres que têm a mesma função e trabalham de dia. Isso já está estabelecido mundialmente em grandes casuísticas, diz. O que pouco se sabe são os motivos que levam a esse ganho de peso e os mecanismos determinantes para o comportamento relacionado à fome e à saciedade. O senso comum diz “trabalhar à noite aumenta o estresse e faz as pessoas comerem de maneira errada”. Diz mais: “depois que a obesidade se instala, é difícil as pessoas retomarem o peso original”. “Então também estudamos pessoas que não tinham obesidade ainda. Apesar de a gente ter feito um pareamento para idade, sexo, peso e atividade física, essas mulheres que trabalhavam à noite já apresentavam mais adiposidade abdominal, talvez sim ligado ao estresse da atividade”, expõe Geloneze. No estudo, foi dosado o cortisol, o hormônio do estresse. A despeito da casuística ter sido pequena, segundo ele, foram tomados cuidados essenciais a uma pesquisa científica: só foram escolhidas mulheres, funcionárias do setor de limpeza de um mesmo lugar e que exerciam o mesmo tipo de função e na faixa etária entre 25 e 45 anos (em idade reprodutiva portanto, sem o viés da menopausa). Tinham ainda o mesmo padrão de atividade física. Não eram sedentárias, a se ver pelo seu trabalho (que não é leve), contudo não têm atividades programadas como frequentar uma academia, por impedimentos socioeconômicos e culturais. Além disso, elas tinham o mesmo Índice de Massa Corporal (IMC), em torno de 26,5 (o índice fica entre 25 e 30), com um leve sobrepeso, mas que não é obesidade e nem tampouco um peso normal. Corresponde a um IMC médio da população brasileira, afirma Geloneze. Pessoas trabalhadoras noturnas há mais de um ano, que ainda não tinham um ganho de peso relevante, foram entrevistadas para se conhecer o seu comportamento alimentar: como era a sua sensação de fome e de saciedade. O estudo apurou que elas sentiam dificuldade em reconhecer a fome ou a saciedade. Como é possível saber isso? Hormônios Quando chega o horário em que a mulher habitualmente come, ela se lembra disso e recebe um insight: ‘você está com fome’. Nesse momento, ela em geral aponta para o estômago ou sente que ele está ‘sinalizando’ que é hora de comer. É o pico da grelina, produzida ciclicamente pelo estômago com um pico meia hora antes da refeição e uma redução acentuada 30 minutos a uma hora depois. “O pico de grelina desencadeia a hora de comer e, na hora que está com a sensação de saciação, ele fica com um nível mais baixo.” Além da grelina, há a xenina, outro hormônio estomacal. No mesmo momento em que a grelina bate lá em cima (o pico pré-prandial, antes da refeição), a xenina bate lá embaixo. Quando a grelina cai após a refeição, a xenina sobe. Fazem oposição e, assim, mantêm um certo equilíbrio. Junto ao pico pré-prandial da grelina, ocorre um ponto mais baixo ainda, tecnicamente chamado nadir, quando se produzem hormônios opositores à grelina – o GLP1, o PYY3-36 e a oxintomodulina. Eles são formados no intestino e caem um pouco antes da refeição, subindo depois dela. Na verdade, esses hormônios fazem a saciação, aquela sensação de que a fome passou, de plenitude gástrica, que acontece após a refeição. Outro mecanismo, o da saciedade, é aquela sensação que a pessoa tem de não estar com fome entre as refeições, por volta das 10 horas, após o café da manhã, e das 15 horas, após o almoço. Neste momento não há mais a sensação de plenitude, mas ainda a fome não apareceu. É a fisiologia normal desempenhada pelo hormônio leptina que estava igual nos dois grupos de mulheres estudadas”, define o médico. Testes As mulheres estudadas foram ao Laboratório de Investigação, Metabolismo e Diabetes (Limed), localizado no Gastrocentro, para se submeter a um teste de refeição padrão mundialmente aceito. Este teste consistiu em ingerir uma barra de cereal e um copo de suco. Fizeram uma refeição balanceada com carboidrato, gordura e proteína, totalizando 515 calorias. As mulheres que trabalham no turno normal ficaram uma hora em repouso no Limed esperando a hora de comer, às 8 horas, que coincidiu com o momento em que tomam o café da manhã. O que Daniela Schiavo observou é que elas tiveram um pico de grelina pré-prandial na hora de comer e uma queda da grelina após a refeição. A xenina caiu antes da refeição e subiu após dela. O GLP1, o PYY3-36 e a oxintomodulina não apresentaram queda acentuada, mas subiram após a refeição. O comportamento com as trabalhadoras noturnas foi outro. Em sua rotina, elas tomam o café da manhã mesmo quando não estão trabalhando. “Nós as pegamos num dia de folga, para não terem o efeito do estresse de não ter dormido”, comenta Geloneze. No dia em que trabalham, ao cumprirem o turno, elas também tomam o café da manhã às 8 horas. Logo, elas chegaram ao Limed e comeram como sempre. Agora vem a parte ‘charmosa’, anuncia o especialista. A grelina dessas mulheres antes da refeição sobe um pouco e conseguem desencadear o mecanismo de ‘comer’. Ocorre que, no pós-refeição, a grelina não cai e elas não têm a queda fisiológica da saciação. Os hormônios intestinais GLP1, PYY3-36 e oxintomodulina se comportaram igualmente nas pessoas que trabalham de dia, já a xenina caiu antes da refeição e subiu muito menos após a refeição. Resumindo: a regulação de xenina e grelina antes da refeição está parcialmente mantida, mas o efeito de elevar xenina pós-refeição e cair grelina, muito importantes à saciação, estava sobremodo desregulado. Essa pode ser a causa do fenômeno de perda do ritmo biológico e da sensação de fome, saciedade e provavelmente por uma alimentação que passa a ser irregular, contribuindo para um aumento de calorias com o tempo. A pessoa que não tem saciação, come pouco. Daqui a pouco come mais uma vez e come de novo. Dificilmente faz uma refeição com verduras, legumes, arroz, feijão e carne, alimentos de qualidade e de baixa caloria. O pior, conta o endocrinologista, é que as trabalhadoras noturnas são tratadas como as que ganharam peso por outros motivos. Talvez as mulheres não ingiram uma quantidade maior de alimento, todavia qualitativamente têm mais facilidade para fazer alimentação rápida, informa Geloneze. O que vem a se somar a isso é a mudança do ritmo biológico, determinada pelo horário da refeição, que leva a uma mudança dos hormônios do estômago, o qual produz a grelina. Esta foi descoberta em 2001. Acreditava-se que os mecanismos de saciação eram determinados apenas pelos hormônios intestinais GLP1, PYY3-36 e oxintomodulina. Não se conhecia a xenina. À Unicamp coube o mérito do primeiro trabalho científico da literatura comprovando que a grelina após a cirurgia bariátrica em diabéticos não sobe após o emagrecimento. Em pessoas que emagrecem, ela sobe. Isso ajuda a explicar o porquê depois que as pessoas passam por uma cirurgia bariátrica não têm tanta fome, mesmo tendo emagrecido. Qualquer pessoa que faça regime tem mais fome. Este foi um dos trabalhos pioneiros da Unicamp, de 2003. O segundo grupo, da Universidade de Washington, Seatlle, apresentou a cirurgia de forma inédita a pacientes não diabéticos. Posteriormente, um aluno de mestrado que desenvolvia pesquisa no Limed ficou um tempo naquela Universidade. Dessa interação, surgiram trabalhos cooperativos e, no mesmo ano, a Unicamp publicou um trabalho da cirurgia para diabéticos. “No caso das trabalhadoras noturnas, descobrimos a desregulação dos hormônios gastrointestinais, mas especificamente gástricos – do tubo digestivo ao órgão endócrino. Mas estamos dizendo aqui que a parte do tubo digestivo, o estômago endócrino, está desregulado. Raramente se imagina o descompasso de um hormônio que está determinando fome e saciação. Foi o que descrevemos”, declara o médico. Estudos envolvem milhares de pessoas No Limed, há três linhas de trabalho em andamento hoje, cujos acrônimos são Brams (Brazilian Metabolic Syndrome Study), Brains (Brazilian Incretin Study) e Baros (que deu origem ao termo bariátrica). O Brams, dividido em dois braços principais, é um grande estudo que está sendo feito com sete mil pacientes para avaliar a relação entre obesidade, distribuição de gordura corporal, citocinas inflamatórias, resistência à insulina e produção de insulina. É uma investigação multicêntrica financiada pelo CNPq e coordenada por Geloneze. Atualmente é conduzida em Campinas, Itu, Fortaleza e Natal. O trabalho, já na metade, conta com quatro mil pacientes. Outro braço é o Brams Pediátrico, que reunirá 1.000 crianças e adolescentes que serão estudados quanto aos mesmos aspectos que compõem a síndrome metabólica (dislipidemia, hipertensão, diabetes e adiposidade central, produção de citocinas inflamatórias pelo tecido adiposo e resistência à insulina por testes dinâmicos). Os dois formam o primeiro estudo. O segundo chama-se Brains (Brazilian Incretin Study) e estuda os hormônios gastrointestinais que modulam a produção de insulina. É um guarda-chuva da linha de pesquisa que analisa hormônios gastrointestinais. “Estamos estudando vários modelos. Um deles é esse das trabalhadoras noturnas”, comenta Geloneze. O terceiro estudo, o Baros, analisa os mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos da cirurgia bariátrica, e várias técnicas e situações (com diabéticos, não diabéticos, insuficiência renal ou não). A perspectiva é que, com o desenvolvimento de fármacos focados em mecanismos, o tratamento interferirá na grelina suprimindo a produção pós-prandial e, ao mesmo tempo, utilizará algum medicamento para aumentar a xenina pós-refeição. Com isso, recuperaria-se o padrão fisiológico, com repercussões na perda do peso.

http://biologias.com/noticias/1113/Hormonios-fazem-mulher-que-trabalha-a-noite-ganhar-peso

Para ciência e mercado, transgênicos são irreversíveis e estão chegando à segunda geração

15/11/11

Brasília – Passados mais de 30 anos da modificação da bactéria Escherichia coli para produção de insulina e 16 anos do anúncio da soja transgênica, o mercado e a ciência ampliam o uso dos organismos geneticamente modificado (OGMs) e avaliam que uma nova geração de transgênicos está surgindo. A promessa da engenharia genética é a de que a tecnologia aumente o número de vacinas, enriqueça os alimentos e diminua o impacto ambiental no campo e nas cidades. Segundo a Sociedade Brasileira de Genética (SBG), com a transgenia é possível, por exemplo, fabricar sabão com bactérias geneticamente modificadas e ter um produto menos poluente que retira apenas a gordura da roupa sem desgastar o tecido. Outro exemplo está na a indústria têxtil que agora com um algodão geneticamente modificado pode fabricar o jeans desbotado sem utilizar o ácido que provocava o efeito stonewashing, mas contaminava o meio ambiente. No Japão, cientistas estudam a aplicação dos genes das aranhas relativos à produção de teias em bichos-da-seda, para que a indústria possa fabricar meia-calça mais resistente e mais flexível. Conquistas como essas fazem da transgenia “um processo irreversível”, segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner. Ele avalia que há uma demanda crescente nas lavouras por OGMs, o que tem possibilitado aumento de renda dos produtores. Em sua opinião, além do mercado, a sociedade se beneficia com a tecnologia. Segundo ele, a nova geração de alimentos transgênicos terá a adição de vitaminas, sais minerais e ômega 3. Marcio de Castro Silva Filho, do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), confirma que esses produtos devem chegar ao mercado até o final da década. Ele acredita que o barateamento da tecnologia alimenta o progresso. “Quem imaginaria que hoje está se determinando a sequência do genoma de uma espécie de planta com o custo na ordem de milhares de dólares, sendo que há poucos anos o custo era na casa de bilhões de dólares?”. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Francisco Aragão, um dos responsáveis pela primeira semente de feijão transgênico, acrescenta que “já há estudos de biossegurança para o desenvolvimento de espécies de feijão e de soja que necessitam de menos água no cultivo”. Segundo ele, também está em desenvolvimento uma espécie de alface enriquecida com ácido fólico, prescrito pelos médicos para o pré-natal para evitar a anemia. Além desses produtos, o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Edilson Paiva, lembra que já foram aprovados na comissão o uso do microrganismo que transforma a sacarose da cana-de-açúcar em biodesel e a alteração genética do Aedes aegypti para que o seu descendente não consiga se reproduzir. Ele vislumbra que a nova geração de transgênicos utilizará plantas para produzir hormônio de crescimento, fatores de coagulação e até antígenos contra o câncer. “Nós estamos vendo somente a ponta do iceberg. Nós vamos ter que manter a mente e o coração abertos porque vamos ter que mudar vários conceitos e tabus que nós temos”, diz Paiva. Marcio de Castro Silva Filho, da Esalq, concorda e aponta que “houve um notável avanço tanto na descoberta de novas informações, como também no uso de instrumentos e desenvolvimento de equipamentos que permitiram uma série de possibilidades que eram inimagináveis em um cenário de 20 anos atrás”. Segundo a CTNBio, 29 países plantam sementes transgênicas em uma área acumulada em 15 anos de 1 bilhão de hectares (maior que a China). No ano passado, a área plantada em todo mundo foi 150 milhões de hectares. As lavouras foram trabalhadas por 14,4 milhões de agricultores, nove de cada dez envolvidos eram agricultores familiares.

http://biologias.com/noticias/1111/Para-ciencia-e-mercado-transgenicos-sao-irreversiveis-e-estao-chegando-a-segunda-geracao

Novas síndromes genéticas

11/11/11

Agência FAPESP – Nos últimos 14 anos, um novo grupo de doenças hereditárias raras começou a ser identificado em diferentes partes do mundo. São causadas por deficiências genéticas da imunidade inata e, se não forem diagnosticadas precocemente e tratadas de forma adequada, podem levar a complicações graves de saúde. Para estudar a prevalência e melhorar a capacidade de diagnóstico no Brasil dessas novas doenças, chamadas síndromes autoinflamatórias hereditárias, um grupo de pesquisadores de diferentes instituições no país e nos Estados Unidos realizou, nos últimos três anos, um estudo de abrangência nacional. Os resultados da pesquisa serão apresentados no Encontro Científico Anual do Colégio Americano de Reumatologia (ACR, na sigla em inglês), que ocorre até 9 de novembro em Chicago, nos Estados Unidos. Realizado com apoio da FAPESP e das sociedades brasileiras de Pediatria e Reumatologia, o projeto teve a participação de pesquisadores das universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas, do Estado do Rio de Janeiro, das federais de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Pernambuco e do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), nos Estados Unidos. Por meio da pesquisa foram identificados 103 pacientes no Brasil, entre adultos e crianças, com suspeita clínica de serem portadores de uma das cinco síndromes inflamatórias mais prevalentes no mundo: febre familiar do Mediterrâneo; criopirinopatias; artrite granulomatosa pediátrica; hiperimunoglobulinemia D ou deficiência de mevalatoquinase; e síndrome periódica associada ao receptor do fator de necrose tumoral. Entre esses 103 pacientes, os pesquisadores identificaram e sequenciaram os genes relacionados a essas cinco síndromes em cerca de um terço deles. “Como essas síndromes são muito parecidas – os sintomas são iguais e também podem existir outras novas doenças semelhantes a elas – não foram identificados e sequenciados os genes das doenças apresentadas por cerca de dois terços dos pacientes”, disse Clovis Artur Almeida da Silva, professor da USP e coordenador do projeto, à Agência FAPESP. O objetivo agora é dar continuidade à identificação e ao sequenciamento genético desses pacientes, de modo a aprimorar a capacidade de diagnóstico dessas doenças, para as quais estão surgindo novos tratamentos. “Ainda não temos condições de avaliar todos os pacientes portadores dessas doenças, cujo tratamento é específico para cada uma delas”, afirmou. Caracterizadas por febre periódica e sintomas inflamatórios sistêmicos recorrentes, como artrite, dores abdominais, manchas na pele e inflamações oculares e do sistema nervoso central, entre outras, essas doenças estão sendo diagnosticadas em todo o mundo. Entretanto, já se sabe que afetam, principalmente, populações do Mediterrâneo, como turcos, armênios, judeus sefarditas (originários de países ibéricos) e árabes, devido à consanguinidade. “São muito comuns os casamentos entre parentes nessas populações. Como essas doenças são hereditárias e têm heranças distintas, elas acabam acometendo um maior número de pessoas nessas regiões geográficas”, explicou Silva. Em algumas dessas regiões, a prevalência de casos das doenças varia de 1 para 200 a de 1 para 1.000 pessoas. DIRA No Brasil, ainda não se sabe exatamente qual a prevalência. “Apresentamos os resultados da pesquisa inicial no Congresso Brasileiro de Reumatologia Pediátrica, que ocorreu no início de outubro em Salvador, e diversos pesquisadores têm nos enviado e-mails relatando que têm pacientes com sintomas parecidos com os dessas doenças. À medida que elas forem mais divulgadas no Brasil, surgirão outros novos casos”, disse. Para identificar casos das doenças no Brasil, foram coletadas amostras de soro sanguíneo de casos clínicos, com maior predominância da região Sudeste e a ausência da região Norte, onde não foi registrado nenhum paciente portador dessas doenças. Entre os casos clínicos levantados, foram identificados os de duas crianças que apresentavam inflamações cutâneas, como psoríase e manchas na pele, e osteomielite não infecciosa. Os pesquisadores estimavam que as crianças eram portadoras de uma síndrome inflamatória já identificada. Ao enviar os genes delas para serem sequenciados por outro pesquisador no Qatar, nos Emirados Árabes, o grupo brasileiro descobriu uma nova síndrome na população brasileira, batizada de DIRA. A descoberta será publicada em uma das próximas edições da revista Arthritis & Rheumatism, do Colégio Americano de Reumatologia.

http://biologias.com/noticias/1107/Novas-sindromes-geneticas

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Há outra forma de estudar DNA, RNA e proteínas

31/10/11

Equipe que cria novo método envolve investigadores da Universidade do Porto

Agostinho Antunes e Guillermin Aguero-Chapin, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, Universidade do Porto, desenvolveram com uma equipe de oito cientistas internacionais uma nova metodologia para o estudo de Biopolímeros.

O estudo de Biopolímeros é importante para “poder estudar genes e proteínas que apresentem uma elevada divergência sequencial e incluir na análise simultaneamente a informação da sequência e estrutura dos genes”, explica Agostinho Antunes ao Ciência Hoje.

Os métodos clássicos de alinhamento de sequências de nucleótidos e aminoácidos são "pouco efectivos" para o estudo de genes e proteínas que apresentem uma elevada divergência sequencial. Esse é o caso, por exemplo, da classe de genes ITS2 (internal transcribed spacer 2) nos seres vivos com células eucarióticas, ou seja, com um núcleo celular rodeado por uma membrana (DNA compartimentado e consequentemente separado do citoplasma).

Na investigação, publicada recentemente na revista internacional Plos One, foi desenvolvida uma metodologia baseada em índices topológicos que sintetizaram a informação da sequência e estrutura dos genes ITS2.

Esta nova metodologia “pode ser aplicada em estudos de genes/proteínas envolvidos em doenças genéticas, estudo de genes/proteínas de agentes infecciosos ou de organismos produtores de compostos bioactivos” e vai permitir a “utilização de informação sequencial e estrutural de biopolímeros em simultâneo”, afirma o geneticista.

Na prática, “pode ser facilmente aplicada através de um software desenvolvido por nós e de livre acesso”, acrescenta.


http://biologias.com/noticias/1101/Ha-outra-forma-de-estudar-DNA-RNA-e-proteinas


Comentário: Os cientistas, pesquisam sobre o material genético dos corpos, e podem levar um tempão para isso, principalmente quando possui um agente infeccioso nas células, e com essa outra forma de estudo, melhora o trabalho esforçado dos cientistas.

domingo, 30 de outubro de 2011

Evento debate proteção de espécies ameaçadas de extinção

16/10/11

A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle promoveu o seminário “Colóquio sobre Proteção de Espécies Ameaçadas de Extinção”, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Instituto O Direito por um Planeta Verde, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). O evento, ocorrido no dia 14 de outubro, no Senado Federal, reuniu renomados especialistas nacionais e internacionais, em que se discutiu sobre diversos modelos jurídicos de proteção das espécies, além de assuntos como compromissos internacionais assumidos pelo Brasil e o papel das unidades de conservação no desenvolvimento sustentável.

http://biologias.com/noticias/1088/Evento-debate-protecao-de-especies-ameacadas-de-extincao

Comentário: Atualmente, muitos animais estão extintos, porém quase ninguém se importa com esses problemas, e principalmente os caçadores pegam animais que ja estão ameaçados, e matam-os.

Descobertas novas jazidas de dinossauros

05/10/11

Potencial de património paleontológico por explorar em Torres de Vedras Três novas jazidas de dinossauros de dimensões significativas foram descobertas em Torres Vedras, vindo assim a comprovar o potencial de património paleontológico por explorar naquele concelho, anunciaram hoje os investigadores da Associação Leonel Trindade. Bruno Silva, investigador e presidente da Associação Leonel Trindade de Torres Vedras, responsável pelos trabalhos de campo, afirmou que as prospecções realizadas "resultaram na descoberta de três novas jazidas com dinossauros, trilhos com pegadas de dinossauros e também de tartarugas e répteis voadores". "Há um grande potencial de património paleontológico diversificado por explorar no concelho" tendo em conta os achados de dinossauros, tartarugas, crocodilos e répteis voadores descobertos, disse o investigador. A extensão das jazidas leva os cientistas a falarem na hipótese de criação de um futuro museu ao vivo. Na campanha paleontológica, que decorreu entre os dias 10 e 30 de Setembro, foram também escavados na localidade de Cambelas achados, sobretudo vértebras e o fémur, de um dinossauro saurópode e outros ossos pertencentes a outros dinossauros de menor porte. Segundo os investigadores, "os restos destes animais terão sido enterrados num leito de um rio e sido depois deslocalizados possivelmente por uma grande cheia". Os investigadores da associação têm vindo a trabalhar também na conservação, classificação e inventariação de fósseis sobretudo de dinossauros, reunidos numa colecção de um particular do concelho, José Joaquim dos Santos, adquirida em 2009 pela câmara municipal que veio a assinar um protocolo de parceria com a associação. José Joaquim dos Santos, um carpinteiro da localidade de Casalinhos de Alfaiata passou vinte anos da sua vida a recolher nos seus tempos livres achados de dinossauros nas arribas e outros locais da região e há dois anos decidiu vendê-los ao município para vir a expô-los num futuro museu temático. Do espólio destacam-se um fémur de um dinossauro saurópode e várias vértebras dorsais, caudais e servicais, parte da cintura pélvica e dois dentes de um mesmo dinossauro juvenil que os cientistas presumem ser um terópode carnívoro da espécie "tyranosauroide". A colecção, composta por mais de um milhar de vértebras e setecentos dentes pertencentes não só a dinossauros, contém também fósseis de tartarugas, crocodilos, peixes e até tubarões.

http://biologias.com/noticias/1079/Descobertas-novas-jazidas-de-dinossauro

Comentário: Essa descoberta pode ajudar os pesquisadores com seus trabalhos, pois, como os dinossauros estão extintos, não existem mais partes desses animais, e com as jazidas encontradas, tem uma melhora nos trabalhos.